Na eleição que ganhou no primeiro turno e perdeu no segundo turno para o prefeito Emanuel Pinheiro, um dos erros admitidos por Abílio Brunini, foi o enfrentamento com os funcionários públicos municipais, que começou com a promessa de demitir 3 mil contratados.
A proposta inicial era fazer contenção de gastos e reduzir as secretarias de 22 para 11.
Se tivesse parado por aí, não haveria a rejeição que escalou quando ele começou a dizer, sorrindo, que “paus-mandados” perderiam o emprego. Naquele momento a ideia de uma contenção de gastos foi substituída pelo prazer em fazer uma limpa nos servidores.
Passados quatro anos, e novamente uma polêmica envolvendo os servidores públicos municipais ameaça escalar.
A proposta de instalação câmeras para prevenir corrupção.
Os concorrentes viram um elo frágil e estão explorando com a interpretação de que Abílio vê no servidor um ladrão.
“Nenhum servidor é ladrão? Essa é a grande pergunta? Se nenhum servidor é ladrão porque teve 21 operações policiais? São 21 operações. Tem como roubar sozinho? Não. Alguém foi cúmplice, alguém foi parceiro desse processo”, disse em entrevista nesta terça-feira a Rádio Cultura.
Ao não fazer distinção de cargos de confiança do prefeito com o servidor comum, colocou todos sob o mesmo grau de desconfiança.
“[…] Eu sempre digo a verdade. Às vezes me custa o resultado de uma eleição e por outro lado me coloca na posição que estou.
Abílio mudou? Sim, mudou.
O Abílio de hoje é deputado federal, tem mais dois anos de mandato pela frente e conseguirá eleger sua esposa como vereadora, fazendo parte do sistema e sustentando um discurso antissistema.
Mais que ser prefeito, o objetivo é ser Abílio.