O AGRO É INDÍGENA

A velha troca por espelhos é aguardada

O bem estar dos povos indígenas sempre despertou polêmicas e discursos que vão do preconceito ao humanismo, passando pelo oportunismo.

Incapaz de cuidar das terras que lhe pertencem, a União (Estado Brasileiro), sempre contou com os povos indígenas, que vivem da floresta, para evitar invasão do patrimônio nacional, por isso a generosidade na quantidade de terras demarcadas, lembrando que os territórios pertencem ao país e os indígenas são tutelados pelo Estado.

Ao mesmo tempo em que indígenas sofrem com comentários racistas e preconceituosos ao exibirem um Iphone ou uma camionete de marca japonesa, zero quilometro, preocupações com a condição financeira dos indígenas são externadas. A intenção dessa preocupação é que nunca é clara.

“Indígenas passando fome em cima de terras ricas sem poder plantar”.

Na frase acima não há uma intenção única, são várias.

Vão desde motivo para criticas ao governo federal a quem quer arrendar terras em aldeias, fornecer maquinário, vender sementes e insumos, transportar a safra etc.

O puro desejo de ver indígenas plantando e colhendo, sem a interferência ou “ajuda” de brancos, desfrutando do mesmo naco que os ricos barões do agro, não parece ser presente na maioria dos que opinam sobre o tema.

Mas, enfim deu-se o fato.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), autorizou que povos de algumas etnias da região de Campo Novo dos Parecis em Mato Grosso, pratiquem agricultura mecanizada e monocultura em suas terras, podendo a partir de agora plantar soja e milho.

É de se esperar pela oferta de espelhos em troca de participações, mesmo que sejam espelhos retrovisores de algumas máquinas da John Deere.

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