A Assembleia Legislativa derrubou veto do governo do estado ao trecho da lei que condiciona a vacinação ao retorno as aulas de profissionais da educação.
O govenador Mauro Mendes lamentou a derrubada, se queixou que a medida atrasa o retorno as aula híbridas, programadas para primeiro de agosto, mas não vai buscar na justiça a manutenção do veto.
Argumentou que deputados têm parentes estudando em escolas particulares e que tal medida prejudica ainda mais quem tem acesso precário a internet.
A imposição é que todos os professores sejam vacinados antes de voltar a sala de aula, e não que o professor seja vacinado antes de retornar. Isso vai se dar em um prazo maior.
Mas tem algo que merece ser mais bem explicado. O debate de vacina obrigatória ainda não se instalou por conta do número insuficiente de vacinas para quem deseja o imunizante. Talvez Matogrosso tenha encurtado este caminho. Parece-me lógico que se obrigamos o governo a vacinar seus funcionários para que voltem ao trabalho e não condicionamos isso ao seu aceite, ao mesmo tempo estamos obrigando as pessoas a tomarem a vacina por lei. Não estamos falando de restrições e penalizações, estamos falando de obrigação à vacina.
Sem citar que a vacinação já está se dando, de maneira voluntária, nos profissionais da educação para o retorno as aulas. Desse modo a derrubada do veto atinge justamente quem não quer se vacinar. O fim disso? Os vacinados verão. Pelo menos tem maior chance.
E esse não é único veto derrubado pela Assembleia Legislativa que o governador disse que não irá judicializar. O gol de mão feito pelo deputado Faissal Calil com a lei de isenção e derrubada do veto do governador por conta de a legislação estadual interferir em matéria federal, no caso da energia fotovoltaica, também chamou atenção. A estratégia pode ser deixar a briga para o Ministério Publico e se esquivar da pecha de carimbador maluco e o homem que quis cobrar pela luz do sol. Depois é somente cumprir determinação posterior, aplicando, com olhos marejados, módica taxa.
O total de vetos a serem votados é 30. Alguém falou emendas?
Paulo Sá, jornalista e analista político.