Mato Grosso registrou mais de 2 mil focos de incêndio nas últimas 24 horas, de acordo com o Sistema de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O fogo avança rapidamente pelas fazendas, destruindo áreas de palhada, um trator e duas carretas na rodovia MT-140, que liga Santa Rita do Trivelato a Planalto da Serra. Um dos motoristas, com queimaduras graves em 70% do corpo, infelizmente não resistiu aos ferimentos. O Governo do Estado instalou uma sala de emergência para acompanhar em tempo real os focos de incêndio e calor no Estado. Informações são emitidas a cada dez minutos e repassadas para as equipes de campo.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Flávio Gledson Vieira, revelou à Jovem Pan que, com esse monitoramento, foi possível chegar mais rápido ao local do incêndio e também identificar autores de incêndios criminosos. “Essa estrutura que o Governo do Estado do Mato Grosso estabeleceu foi justamente para que pudéssemos responder mais prontamente a esse incêndio.
Quanto antes chegamos, antes evitamos que esse incêndio se torne um grande incêndio. Então, a intenção dos instrumentos de resposta descentralizados é chegar mais rapidamente ao princípio do incêndio. E sim, temos identificado incêndios criminosos, incêndios de toda ordem, mas também os criminosos; e esses criminosos que são identificados no local do incêndio, ateando fogo, foram conduzidos. Só este ano, já levamos 17 pessoas para a delegacia por atear fogo criminosamente”, disse Gledson.
A força-tarefa tem contado com o apoio das forças de segurança do governo federal e a Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). “Nós fizemos uma reunião aqui das 14 horas até 16 horas com todas as forças de segurança, a Casa Civil, Defesa Civil, Ibama, SEMBIL, Exército, todos interessados no combate aos incêndios. Chegamos a muitas conclusões, aumentamos os instrumentos de resposta para o Corpo de Bombeiros, mais investigação, mais disposição de equipamentos.
Então, nós temos trazido para cá o setor produtivo; todos aqueles que estão interessados em participar, em dar mais instrumentos aos bombeiros e às equipes, estão participando, conhecendo”, destacou Avallone. A seca no Brasil Central é a pior desde 2010, e vários municípios não registram chuvas há mais de 100 dias. A estiagem, que atrapalha os trabalhos de campo, é também o gatilho para os focos de incêndio em várias cidades de Mato Grosso. Com rios a níveis mais baixos que o normal, foi preciso furar poços artesianos para ter acesso à água, seja para consumo dos pantaneiros ou para ajudar no combate aos incêndios.
“Nós temos aqui uma estrutura muito grande do Exército, há mais de 60 dias, instalada com mais de 50 oficiais e soldados, dando cobertura, comida, banho, helicóptero para levar os brigadistas e os bombeiros para dentro do Pantanal. Na Transpantaneira, nós criamos cinco postos artesianos, furamos cinco postos artesianos e criamos tanques com 2 milhões de litros de água para a alimentação dos animais e um lugar também para pegar água para os bombeiros”, completou Carlos Avallone.