O Outubro Rosa não é apenas um alerta para prevenção: é um momento de reflexão sobre o cuidado com a saúde da mulher em todas as fases da vida. Com mais de 73 mil novos casos estimados anualmente no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é a doença oncológica mais incidente entre as mulheres, tornando a informação e o acesso a exames essenciais para salvar vidas.
Além disso, as atividades físicas têm um papel fundamental no tratamento do câncer de mama: dependendo do grau da doença, você pode perfeitamente fazer uma caminhada ou até mesmo praticar os exercícios que já está acostumada a fazer.“Com relação à atividade física durante o tratamento é possível sim e é recomendado que seja leve, como caminhada, mas pode ser também até musculação, atividade física esportiva que a paciente já esteja acostumada. Recentemente, tive um caso de uma paciente minha que é jogadora de vôlei e ela durante toda a quimioterapia continuou jogando mesmo com o Port-a-Cath. Ela já terminou o tratamento e está feliz”, explica Daniel Gimenes, oncologista da Oncoclínicas.
- Mamografia sempre acerta? Quando usar outros exames? A mamografia segue como o principal exame para rastreamento do câncer de mama e é capaz de identificar alterações em estágios iniciais, antes mesmo de serem palpáveis. Segundo o INCA, esse tipo de câncer representa cerca de 30% de todos os diagnósticos de tumores em mulheres, o que reforça a importância do rastreamento regular. No entanto, como todo exame, a mamografia pode ter limitações. Mulheres com mamas densas, por exemplo, podem apresentar resultados menos conclusivos. Nesses casos, o médico pode indicar exames complementares, como o ultrassom, que ajuda a diferenciar nódulos sólidos de cistos, ou a ressonância magnética, geralmente reservada para situações de maior risco ou para investigar achados específicos.
- Existem atividades físicas mais específicas que ajudam na prevenção? Na realidade, são atividades mais relacionadas a atividades aeróbicas, que estão envolvidas de uma certa forma com a redução de massa corpórea. Mas já existiam estudos observacionais, e um principalmente prospectivo com quase 20 mil mulheres analisadas, onde observou-se que a atividade física esportiva é um fator independente do índice de massa corpórea (IMC) diminuir ou não. Então, nós sabemos que existe uma série de liberação de substâncias, chamadas cetoquinas, e até outras substâncias que envolvem o sistema imunológico, que oferecem essa proteção contra a ocorrência do câncer de mama.
- Vida sexual, imagem corporal e suporte psicológico. O impacto do câncer de mama vai além do físico. Questões relacionadas à sexualidade, autoestima e imagem corporal são comuns e devem ser acolhidas pela equipe de saúde. Alterações hormonais, efeitos do tratamento e mudanças na percepção da feminilidade podem afetar a vida íntima e emocional.É nesse contexto que o suporte psicológico e o acompanhamento multidisciplinar se tornam fundamentais. Terapias de casal, grupos de apoio e orientação especializada ajudam a ressignificar a experiência e a fortalecer os vínculos afetivos. “O tratamento não termina com o fim da quimioterapia ou da cirurgia. Ele continua no cuidado emocional, que é tão importante quanto o clínico”, finaliza Daniel Gimenes.