O delegado responsável pela investigação, Antenor Pimentel Marcondes, afirmou que o líder da organização criminosa que cobrava 5% sobre o faturamento de comerciantes de Várzea Grande ofertavam ‘segurança’ para conseguirem extorquir as vítimas. O suspeito ainda usava o condinome de Thomas Shelby, personagem da série Peaky Blinders. Ele foi alvo da operação deflagrada pela A Gerência e a Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) nesta segunda-feira (10).
A autoridade policial apontou que a extorsão tem se tornado a prática criminosa mais recente da facção criminosa para a captação de recursos ilícitos, sob graves ameaças de morte aos comerciantes que se negam a contribuir.
Líder do esquema criminoso de extorsões aos comerciantes em Várzea Grande, O.R. se apresenta como “disciplina” da facção ao abordar os lojistas. Ele e os cúmplices monitoram as rotinas e mantêm presença constante nos estabelecimentos, sob o pretexto de oferecer “segurança”. Diante da recusa ao pagamento, o grupo recorria a ameaças de morte, violência física e incêndios criminosos contra os comerciantes, funcionários e familiares. O.R. ainda faz chamadas de vídeo em grupo pelo WhatsApp para intimidar as vítimas e define os valores exigidos e os métodos de pagamento, que podem ser feitos em dinheiro ou Pix.
Para reforçar a intimidação e ocultar sua identidade, usa a imagem de Tommy Shelby, personagem da série Peaky Blinders. Durante as ligações e conversas, alega manter contato direto com criminosos presos, que seriam seus líderes. O outro comparsa do esquema é C.R.L.S., conhecido como ‘Maxixi’. Junto com o principal investigado, reforça as ameaças aos comerciantes e, em algumas situações, assumiu atitudes mais agressivas, com violência nas abordagens e tem papel direto na cobrança e recebimento das taxas ilegais.
Os integrantes do esquema monitoram de perto a rotina dos comerciantes, garantindo que os pagamentos sejam realizados e reforçando a intimidação, com presença constante no camelódromo em Várzea Grande. “Sob a falsa alegação de oferecer segurança aos estabelecimentos, na realidade esses criminosos exercem pressão sobre as vítimas, as coagindo e amedrontando”, pontuou o delegado Antenor.
