Os casos de infecção pelo vírus influenza A, um dos causadores da gripe, continuam crescendo na maior parte do Brasil, segundo a última edição do Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A expansão do vírus é maior na região Centro-Sul, embora também seja observada em diversos estados das regiões Norte e Nordeste. O InfoGripe mostra ainda que o influenza A segue como principal responsável pela morte de idosos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Além disso, é uma das três principais causas de óbito pela síndrome entre as crianças.
O aumento também é apontado em um novo relatório do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) feito a partir dos dados de laboratórios particulares. De acordo com o documento, o número de testes positivos para influenza A subiu 13 pontos percentuais entre 12 de abril e 17 de maio, atingindo 31% – a maior alta no país desde setembro de 2022, quando 42% dos resultados indicavam a presença do vírus. Ainda segundo o instituto, os maiores percentuais de positividade foram registrados nas faixas etárias de 5 a 9 anos (41%) e de 10 a 19 anos (40%).
O que explica o aumento
A infectologista e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Rita Medeiros explica que o aumento da circulação de vírus respiratórios é esperado para o outono e inverno, quando há queda das temperaturas em algumas regiões e aumento de chuvas em outras, além de maior aglomeração de pessoas.
Por outro lado, o isolamento imposto pela pandemia de covid-19 alterou esse padrão nos últimos anos. “Os vírus influenza, e quase todos os vírus respiratórios, circularam muito pouco nos primeiros anos da pandemia”, explica. “Passamos algum tempo sem experiências gripais e, desde 2022, a recirculação dos vírus influenza vem aumentando a cada ano”. Por essa razão a vacinação anual é tão importante, destaca a infectologista, especialmente para os grupos de risco.
Vacinação
Para 2025, o Ministério da Saúde adquiriu 73,6 milhões de doses de vacina contra a gripe, distribuídas em todo o país.
O imunizante é direcionado principalmente aos seguintes grupos prioritários:
– Crianças de 6 meses a menores de 6 anos
– Idosos a partir de 60 anos
– Gestantes e puérperas
– Pessoas com doenças crônicas
– Trabalhadores da saúde
– Professores
– Integrantes das forças de segurança