PRÊMIO ALTO

Faccionado preso em praia liderava esquema para vender raspadinhas para facção criminosa

O faccionado Ederson Xavier de Lima, de 43 anos, conhecido como “Boré”, foi alvo da operação Raspadinha do Crime nesta terça-feira (14). Ele, que foi preso no mês de setembro em uma praia do Rio de Janeiro, foi apontado como o líder da quadrilha envolvida com exploração ilícita de jogos de azar promovido por uma facção criminosa em mais de 20 cidades do estado.

A investigação teve início a partir da análise do material apreendido durante uma operação deflagrada em maio deste ano, que revelou a existência de uma rede organizada que operava  um falso empreendimento de raspadinhas instantâneas. Em apenas seis meses, a facção criminosa teria movimentado mais de R$ 3 milhões por meio do esquema de jogos de azar. Por trás da aparência de legalidade, foi descoberta uma verdadeira estrutura criminosa com planejamento empresarial, hierarquia e funções bem definidas. O jogo era utilizado como fachada para lavagem de dinheiro e financiamento das atividades da facção, que buscava novas fontes de arrecadação paralelas ao tráfico e à extorsão.

A estrutura da empresa era dividia em três níveis operacionais. No topo, o núcleo estratégico, sediado na Capital, era responsável por coordenar as ações financeiras e definir as diretrizes da operação. Abaixo, o núcleo financeiro gerenciava contas bancárias de fachada, movimentando grandes quantias e distribuindo recursos a diferentes regiões do estado.  A rede criminosa conseguiu se espalhar por mais de vinte cidades de Mato Grosso, com  núcleo operacional, composto por representantes locais, que distribuíam os bilhetes, recolhiam os valores e controlavam a contabilidade das vendas. Todo o sistema era estruturado para manter o anonimato da facção e mascarar a origem do dinheiro.

De acordo com o delegado responsável pela investigação, Antenor Pimentel, por meio do negócio criminoso, que se apresentava como empresa, a ação conseguiu transformar a aparência de legalidade em instrumento de lavagem de dinheiro.  A raspadinha era vendida por R$ 5 cujo prêmio máximo chegava até R$ 50 mil. Os integrantes do grupo costumavam coagir comerciantes para que vendessem o material.

“Eles eram amplamente divulgados, no Instagram eram listados todos os pontos de venda, e até também aproveita essa oportunidade para convidar todas as forças de segurança a coibir esse tipo de coisa, porque nós temos a polícia assistensiva, temos as polícias civis do interior, não precisa de uma investigação de organização criminosa para reprimir, a gente pode reprimir no começo”, disse o delegado.

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