AJUDA DO NAMORADO

Estagiária do fórum premiava criminosos que aplicavam mais golpes; veja print

A Polícia Civil de Mato Grosso prendeu em flagrante, nesta segunda-feira (1º), uma estudante de direito de 20 anos e seu namorado, de 22, suspeitos de integrar um esquema de estelionato eletrônico que utilizava identidade falsa de agentes bancários. Além da prática de golpes, a investigação revelou um detalhe de que o casal premiava integrantes que conseguissem aplicar o maior número de fraudes.

As prisões ocorreram durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência dos suspeitos, em Tangará da Serra. No local, os policiais apreenderam seis celulares, um notebook, diversos chips e dinheiro em espécie.

De acordo com a Polícia Civil, as conversas encontradas nos aparelhos eletrônicos mostram que o casal mantinha um grupo organizado exclusivamente para a prática das fraudes. No espaço, os membros recebiam instruções, links fraudulentos e metas para enganar vítimas.

O grupo funcionava com regras próprias, semelhantes às de uma organização criminosa. Havia punições para quem descumprisse as orientações e até premiações para quem mais aplicasse golpes, estimulando a continuidade e a expansão das ações criminosas.

As mensagens indicam que, poucas horas antes da operação, o casal ainda encaminhava links fraudulentos para novas vítimas, se passando por agentes bancários ou representantes de programas de pontos de cartão de crédito.

As investigações começaram há 30 dias, depois que denúncias apontaram comportamento suspeito da jovem, que trabalhava como estagiária no Fórum de Tangará da Serra. Apesar do salário de aproximadamente R$ 2 mil, ela mantinha um padrão de vida considerado completamente incompatível com sua renda, utilizando veículos de alto valor, motocicleta importada e celular de última geração.

O namorado dela, Mauro Henrique Santos Vilela, já possuía passagens por tráfico de drogas.

Prisão preventiva decretada

Após o flagrante, o delegado representou pela conversão das prisões em prisão preventiva. A Justiça acatou o pedido e decretou a prisão de Lília Grazielly Correia da Silva e Mauro Henrique Santos Vilela, com base nos artigos 311, 312 e 313 do Código de Processo Penal. Eles respondem por estelionato qualificado por fraude eletrônica, podendo também ser enquadrados no contexto de organização criminosa.

Segundo a Polícia Civil, o casal acessava dados pessoais das vítimas e enviava links fraudulentos em nome de bancos ou operadoras. O objetivo era obter acesso às contas bancárias e realizar transações financeiras sem o conhecimento das vítimas. O caso segue sob investigação, e a Polícia Civil busca identificar outros possíveis integrantes do grupo beneficiado pelas “premiações” oferecidas como incentivo para o aumento dos golpes.

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