O delegado da Polícia Civil, Ugo Mendonça, afirmou que está descartada a hipótese de suicídio na morte da psicóloga Janaina Carla Portela Santin, de 43 anos, assassinada na tarde da última segunda-feira (16) dentro da própria residência, no bairro Delta, em Sinop. O principal suspeito do crime é o marido da vítima, de 44 anos, que foi preso em flagrante por homicídio qualificado.
Inicialmente, o caso foi comunicado como um suposto suicídio, já que o suspeito relatou aos policiais que a esposa teria tirado a própria vida. No entanto, logo após a perícia e a análise técnica da cena, surgiram diversas inconsistências nas versões apresentadas pelo suspeito. De acordo com o delegado, a análise do local e da necrópsia confirmou que não havia qualquer indício de tiro encostado, característico de casos de suicídio.
“Assim que fui informado de algumas incoerências na versão dele, acionei novamente a perícia, voltei no local com o investigador e verificamos realmente a inconsistência na versão dele com relação à distância, ângulo de disparo, inclusive esse feito na perna dele. No local mesmo, os peritos já tinham detectado a ausência de qualquer tiro encostado, que é típico de quem pratica suicídio. Um tiro na cabeça, encostado de suicídio, ele deixa algumas marcas típicas, próprias dessa situação, e isso não foi encontrado. Eu acompanhei a necrópsia hoje de manhã, e juntamente com a médica e os peritos, foi novamente confirmado que não havia esse sinal de tiro encostado na cabeça da vítima, descartando assim a hipótese de suicídio.”, afirmou o delegado Ugo Mendonça.
Além disso, o delegado ressaltou que o suspeito ainda teria alterado a cena do crime, tentando simular que Janaina teria cometido suicídio.
“Após ele praticar o ato, ele alterou a cena do crime, mudou a posição do corpo, acredito que ele mesmo efetuou os disparos, simulando que a vítima teria efetuado esses disparos, e acredito que ele mesmo efetuou o disparo na perna dele, que é compatível o ângulo de entrada e saída com a direção do disparo pelo fato dele ser destro. A principal informação era descartar o tiro encostado, que é típico do suicídio, não tendo esses sinais de disparo encostado na cabeça, fica afastado da hipótese de suicídio.”, completou Ugo.
A perícia constatou que vários disparos foram efetuados na residência, o que também contradiz a narrativa de suicídio. O suspeito foi encaminhado à delegacia, onde foi autuado em flagrante por homicídio qualificado e permanece à disposição da Justiça. O caso continua sob investigação para esclarecer completamente as circunstâncias do crime