Os empresários Márcio Nascimento e Elisa Severino se apresentaram na delegacia da Polícia Civil nesta quarta-feira (21). As prisões ocorreram no Paraná e em Cuiabá. O casal está proibido pela Justiça de atuar com segmentos relacionados às formaturas e colação de grau, após darem um ‘calote’ de pelo menos R$ 7 milhões em estudantes de Mato Grosso.
Foi revelado que os empresários já sabiam que não teriam condições de honrar os contratos e, mesmo assim, continuaram a firmar novos acordos, muitos com exigência de pagamento à vista. As investigações, conduzidas pela Delegacia do Consumidor, apontaram que foram prejudicados aproximadamente mil formandos de mais de 40 turmas de diversas universidades e faculdades em Cuiabá, Várzea Grande e cidades do interior dos Estados de Mato Grosso e de Rondônia, especialmente alunos de cursos de medicina, além de turmas de escolas públicas e particulares.
“Mas ao que tudo indica, como eu disse anteriormente, foi planejado o fechamento das empresas aqui em Cuiabá. Eles planejaram com meses de antecedência e nesse planejamento eles abriram novos negócios para poder continuar a vida em outros estados depois que a Imagem Eventos e a Graduar deixassem de existir”, afirmou.
Para garantir o cumprimento das medidas judiciais, foram expedidos mandados de busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias, sequestro de bens e suspensão das atividades econômicas das empresas envolvidas. As ações ocorrem também fora do estado, com apoio das Polícias Civis em Maringá (PR) e João Pessoa (PB).
“Eles estão totalmente proibidos de participar de empresas que trabalhem em eventos de formatura, colação de grau e fotografia. Além disso, as empresas que estão em seus nomes e também aquelas que nós acreditamos que eles são sócios, nós pedimos à Justiça a suspensão do registro dessas empresas. Elas vão deixar de existir para que não seja possível que eles apliquem novos golpes, façam novas vítimas em outros estados”, disse o delegado.
Em seus interrogatórios, os investigados alegaram dificuldades financeiras para o encerramento repentino das atividades das duas empresas, porém as investigações, conduzidas pelo delegado Rogério Ferreira, levantaram indícios de que os suspeitos planejaram, desde os últimos meses do ano de 2024, o fechamento das empresas.
Ainda conforme a autoridade policial, caso sejam descumpridas as ordens judiciais, os empresários poderão ter novos mandados de prisão expedidos contra eles.