A Polícia Civil finalizou, na quarta-feira (30), e tornou público na noite de sábado (03), o inquérito que investigava um suposto confronto entre criminosos e agentes da Polícia Militar, ocorrido uma semana após o assassinato do advogado Renato Nery. A arma localizada na ocasião foi identificada como a mesma utilizada para matar o advogado.
A apuração foi conduzida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá e ocorreu de forma paralela à investigação principal sobre o homicídio de Nery, que ainda está em curso.
Segundo o relatório, sete dias depois da morte de Renato Nery, a PM registrou uma ocorrência relatando troca de tiros com dois suspeitos de roubo. Um dos indivíduos acabou morto, enquanto o outro foi baleado.
No entanto, as investigações demonstraram que, ao contrário da versão fornecida pelos policiais, os suspeitos não estavam armados no momento da abordagem. Exames periciais e outras evidências indicaram que as armas apresentadas pelos militares foram colocadas na cena posteriormente, configurando fraude processual.
Os policiais envolvidos prestaram depoimento mais de uma vez, mas optaram pelo silêncio quando questionados sobre a origem da arma utilizada no crime contra Renato Nery.
Com base nos elementos reunidos, a DHPP indiciou os quatro policiais pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio, posse ilegal de arma de fogo e fraude processual.
Os quatro seguem presos preventivamente e estão à disposição do Poder Judiciário. O inquérito já foi encaminhado ao Ministério Público Estadual, que poderá apresentar denúncia.
A DHPP ressaltou que a investigação referente ao assassinato de Renato Nery permanece em andamento.