MANIFESTAÇÕES

Várzea Grande acordou?

Volto a tocar no serviço público de transporte de Várzea Grande. Mas desta vez quero destacar a atitude da população.

Em duas ocasiões, em 23 de fevereiro e 01 de março, moradores interromperam o transido da Avenida Mário Andreazza em protesto a falta de ônibus nas linhas dos bairros da região.

Pessoas se atrasando para o trabalho devido número pequeno de ônibus nas linhas gerou o primeiro descontentamento. O segundo foi pelo ponto facultativo decretado pela prefeitura no carnaval e a disposição de veículos feita pela empresa ter sido como em um feriado.

A empresa deu uma desculpa qualquer, como sempre faz. Para a primeira paralisação pôs a culpa em um pneu furado e disse ter se esforçado ao máximo para retomar a circulação dos veículos. No caso do ponto facultativo disse reconhecer a falha e prometeu normalidade para o período vespertino.

A prefeitura também se comportou dentro do esperado. O prefeito Kalil Baracat disse que a empresa foi notificada no dia 25 de fevereiro, após a primeira manifestação da população. Na segunda manifestação, que ocorreu também no terminal Andre Maggi, mais uma notificação a empresa. E o prefeito foi mais longe em suas declarações, disse que caso a União Transporte não apresente justificativa e medidas  para melhorar a qualidade na prestação dos serviços e o aumento de ônibus em circulação, o contrato poderá ser rompido, e uma multa pode ser imposta no valor de R$ 2 milhões de reais, coisa que só algum desavisado recém-chegado acredita.

É claro que não se espera nada além disso, nem dos vereadores nem do prefeito.

Não se espera que volte a obrigatoriedade de exposição do ano de fabricação veículo para o cidadão fiscalizar o cumprimento da norma.

Não se espera que seja investigada essa coincidência histórica de os estudos apresentados para justificar aumento de tarifa seja igual de Cuiabá.

Não se espera abertura de licitação para que novas empresas possam integrar o transporte público da cidade.

Não se espera que se dê clareza no relacionamento entre empresa e poder publico, e etc. etc. etc. e etc.

Mas confesso que fiquei esperançoso com as manifestações da população.

Será que teremos, cada vez mais, pessoas lançando mão dos meios possíveis para reclamar e pelo menos provocar uma resposta do poder público?

Será que pela primeira vez a população está disposta a ser atendida em suas necessidades e não receber o que determinaram que ela precisa?

De qualquer modo me confesso passageiro dessa lotação chamada esperança.