Pão e circo
“Panem et circenses”, ou pão e circo, a receita política do estado romano para conter distúrbios sociais tem provado sua eficácia através dos séculos.
A distribuição gratuita ou venda a preços muito baixos de trigo (somente para cadastrados) evoluiu para vouchers, bônus, auxílios que continuam somente para cadastrados.
E as corridas de bigas, corridas de pedestres e luta de gladiadores se transformaram em mega-eventos com shows de cantores caríssimos.
A fonte de recursos continua a mesma, o erário.
Mas talvez a maior diferença esteja no povo.
Não há mais revoltas populares por conta da distancia entre abastados e miseráveis.
E hoje tudo é ás claras.
As manobras são explicadas em todo o teor e as consequências também.
Os famosos “pacotes de bondades” com prazo determinado, a gastança pública para buscar uma reeleição já se tornou uma realidade e não é de agora, não há novidade nisso.
Mesmo vivendo na “china brasileira”, o mais novo slogam do Estado de Mato Grosso, onde a parte mais pobre se orgulha de viver em um estado rico que não lhe nota a presença, “o bem estar da população”, é nivelado com espetáculos onde artistas nacionais se apresentam com cachês altíssimos pagos por prefeituras de finanças arruinadas, dependentes totais do Fundo de Participação dos Municípios e emendas parlamentares.
E isso não é feito em segredo.
Onde saúde pública é ambulância nova e educação é merenda, as populações se revoltam com a intervenção do Ministério Público por cancelamento de shows.
E por incrível que possa parecer os imperadores não eram escolhidos por voto, os mandatários de hoje são.
Todo o faz de conta das eleições não é por maldade, é por que funciona.
Será que ainda pode se dizer que somos enganados e que um dia acordaremos?
Em quanto o dia não chega, juntamente com notícias da tramoia toda, a mída também tem informações para você se atualizar sobre pagamentos de benefícios e agenda de shows para o próximo final de semana.