Recentemente o prefeito interino de Cuiabá, José Roberto Stopa foi recebido pelo governador em exercício Otaviano Piveta. O simbolismo da reunião é grande, já o resultado prático é próximo de zero.
Não posso deixar de citar outro simbolismo e esse por parte do vice-governador que abriu mão de uns poucos dias no comando do estado para a presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Maria Helena Povoas Povoas. Neste caso tem mais haver com a vida particular do governador temporário e ocupação, mesmo que rápida, por uma mulher no cargo mais alto de um estado, do que mudança ou reafirmação das políticas já desenvolvidas.
Voltemos à reunião dos vices, e por motivos diferentes, atuais mandatários dos maiores cargos executivos do estado.
Otaviano fez o papel que lhe cabe, agir como Mauro agiria recebendo o atual prefeito da capital. Não se imagina a abertura das portas para Emanuel Pinheiro, mesmo na ausência do titular. Ou seja, a receptividade é de Mendes, que já havia se manifestado pela abertura de dialogo com a prefeitura de Cuiabá. Tudo previamente acordado entre governador e vice.
Já Cuiabá ganhou bastante com a visita. Nada palpável. Nenhum compromisso de investimento, nem pauta de interesse comum debatida, nem oferta de apoio junto a bancada federal nos interesses do município em Brasília. Quando, e se isso acontecer, deverá ser anunciado por Mauro Mendes. Cuiabá ganhou, justamente, onde mais precisa, na estabilidade política. O momento é delicado para o município. Geralmente mudança de comando dentro de um mandato gera instabilidades que acaba por paralisar o desenvolvimento das políticas públicas e nada funciona como deveria funcionar. Até aqui não vejo indicativo que isso irá ocorrer por aqui, justamente pela postura do prefeito interino de dar continuidade ao que estava planejado. Se houver determinação da justiça para que Stopa continue no cargo ajustes serão feitos, mas com menor ruído possível.
Claro que Stopa também ganhou com a vista. Passou a imagem de quem se dedica a construir pontes e não destruí-las. Foi uma reunião produtiva nas entrelinhas.
Quanto mais tempo Emanuel demora em ter uma decisão judicial que lhe devolva o cargo, mais ouço a troca de refrãos. Gente que cantava “O pinhão dá na pinha e a pinha no pinheiro….” já está cantando, “Num saco de Stopa com embira amarrado….”
E assim segue o baile.