A fumaça dos incêndios florestais, que tem se tornado um fenômeno cada vez mais comum no Brasil, não só encobre os céus, mas também coloca em risco a vida de milhões de pessoas. Em cidades como Porto Velho, Manaus e Campo Grande, a qualidade do ar tem atingido níveis alarmantes, com concentrações de partículas finas (PM2.5) superando em até 11 vezes o limite seguro recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Essas partículas minúsculas são mais perigosas do que parecem. Ao penetrar nos pulmões e na corrente sanguínea, elas podem causar uma série de problemas graves, desde doenças respiratórias crônicas até danos neurológicos. A situação é agravada pelas altas temperaturas, que intensificam a concentração de poluentes no ar e prolongam o tempo de exposição da população a esses riscos.
O impacto desses eventos climáticos extremos, intensificados pelo aquecimento global, revela a fragilidade das políticas públicas brasileiras na prevenção e mitigação dos incêndios florestais. A Amazônia e o Pantanal estão entre as áreas mais afetadas, com milhões de hectares devastados pelo fogo. O resultado é um ciclo vicioso: o desmatamento e a queima de florestas agravam as mudanças climáticas, que por sua vez intensifica os incêndios e seus efeitos sobre a saúde e o meio ambiente.