O Brasil registrou, em agosto deste ano, 68.635 focos de queimadas em agosto. Com isso, o período se tornou o parâmetro para o pior resultado do mês desde 2010, quando 90.444 focos ativos foram detectados pelo satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O levantamento dos dados é possível através do “Programa Queimadas”, do próprio Instituto. Os números do governo federal colocam o período como o quinto pior mês de agosto no total de focos de queimadas para o Brasil. Se observado o ano de 2023, quando o país teve 28.056 focos no mesmo período, o número é maior do que o dobro. A média de queimadas para o mês é de 46.529 focos. O melhor ano e com menos focos de incêndio foi o de 2013, com 21 mil focos contabilizados em todo o país.
Ainda segundo o levantamento de dados do Instituto, mais de 80% desses focos ocorreram na Amazônia e no Cerrado. De acordo com o Programa, o bioma registrou 65.667 focos de fogo desde janeiro até o primeiro dia do mês atual. A quantia representa um aumento de 104% quando comparado com o mesmo período de 2023, quando 32.145 focos foram registrados pelos levantamentos. Como consequência, a fumaça viaja pelos estados, piorando a qualidade do ar consideravelmente e propiciando que novos focos de incêndio possam surgir. Somente em agosto de 2024, o bioma registrou mais da metade de todos os focos do ano, com o número sendo fechado em 38.266.
Comparando à taxa do mesmo mês do ano passado (17.373), o número também representa um aumento 120%. Ainda segundo dados do Inpe, 18.620 focos foram registrados no Cerrado desde 1º de agosto até o último sábado (31). A taxa representa mais que o dobro de focos quando comparada com o mês de agosto de 2023, quando 6.850 focos foram contabilizados. O bioma também vem registrando altas taxas de desmatamento desde o ano passado, e desde o começo do ano já contabiliza 40.496 focos no total, um aumento de 70% quando comparado com o mesmo período de 2023 (no intervalo de 1º de janeiro até 31 agosto).