ENTENDA

Valores a receber: o que fazer com o dinheiro esquecido?

Segundo dados do Banco Central (BC), divulgados na terça-feira (8), os brasileiros têm mais de R$ 9 bilhões de “dinheiro esquecido” em algum banco, consórcio ou instituição financeira.

Desse total, cerca de R$ 6,9 bilhões são de 46 milhões de pessoas físicas e cerca de R$ 2 bilhões são para mais de 4 milhões de empresas. Quase um milhão de pessoas têm valores a receber acima de R$ 1.000. O que poderia ser feito com esse dinheiro e para onde ele vai caso continue esquecido?

E se não for sacado, para onde esse dinheiro vai?

Se o valor não for resgatado, ele será incorporado ao Tesouro Nacional. Embora exista a possibilidade de contestação ou ação judicial posterior, o processo pode ser burocrático e demorado.

Portanto, é mais prudente resgatar o quanto antes: “Ou seja, mesmo que o valor pareça pequeno, resgatá-lo e investi-lo pode ser o primeiro passo para construir uma base financeira sólida. Aproveitar essa oportunidade é uma forma de fazer o dinheiro trabalhar por você, em vez de deixá-lo parado”, completa Lima Campos.

Sem data definida para resgate

Em 2024, o Congresso concedeu autorização ao governo para recolher os valores esquecidos, porém o Ministério da Fazenda informou que esse procedimento ainda não foi iniciado.

Dessa forma, quem possui quantias esquecidas em bancos, consórcios ou demais instituições financeiras continua tendo a possibilidade de solicitar o resgate.

“As normas do Banco Central continuam valendo”, afirmou o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, destacando que os saques ainda estão permitidos. Ceron também admitiu que pode ter havido uma falha na forma como o governo comunicou essa questão, mas ressaltou que “a proposta partiu do Congresso”.

Como verificar se há valores a receber

A única plataforma oficial para consultar e solicitar a devolução de recursos — tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, inclusive de falecidos — é o site: https://valoresareceber.bcb.gov.br.

Por meio do sistema do Banco Central, o dinheiro será devolvido apenas se o solicitante informar uma chave PIX para o recebimento.

Se o usuário ainda não tiver uma chave cadastrada, será necessário entrar em contato diretamente com a instituição responsável para combinar como o valor será repassado. Outra alternativa é registrar uma chave e depois retornar ao sistema para concluir o pedido.

No caso de quantias vinculadas a pessoas falecidas, apenas herdeiros, representantes legais, inventariantes ou testamenteiros têm autorização para fazer a consulta. Também é exigido o preenchimento de um termo de responsabilidade. Após essa etapa, é necessário contatar diretamente as instituições onde há valores a serem devolvidos e seguir os trâmites indicados.

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