A safra de milho 2026 começa em um cenário de incerteza em Mato Grosso. Com atrasos no plantio da soja, custos elevados e janela reduzida, produtores ajustam estratégias diante do que especialistas consideram um dos anos mais desafiadores da década.
Em Itiquira, o produtor Marcelo Fernando Vankevicius, que pretende plantar dois mil hectares, resume o clima de cautela. Ele afirma que a complexidade técnica aumentou e que o manejo exige decisões cada vez mais precisas.
O clima irregular também acende alerta para maior pressão de pragas, especialmente as lagartas. Pesquisadoras da Fundação MT, Daniela Dalla Costa e Mariana Ortega, apontam perda de eficiência de biotecnologias, risco de menor investimento e necessidade de monitoramento constante. Segundo elas, errar o início do controle pode comprometer toda a safra.
No mercado, a comercialização avança lentamente, produtividade será o fator decisivo diante de margens apertadas.
A chamada Era Bio também ganha espaço. No 6º Encontro Técnico do Milho, em Cuiabá, pesquisadores destacaram que a combinação entre biológicos e novas biotecnologias deve se consolidar já em 2026, reduzindo riscos e custos.
Para o gerente de Pesquisas da Fundação MT, Luiz Carlos de Oliveira, o milho mantém papel central no equilíbrio financeiro das fazendas. O uso integrado de tecnologia, pesquisa e biológicos, afirma o setor, é tendência para lavouras mais produtivas e sustentáveis na próxima década.

