A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) trouxe uma surpresa positiva em julho. Apesar da aceleração frente a alta de 0,24% do mês anterior, o número ficou abaixo da mediana de expectativas de 0,37% do mercado.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação brasileira avançou 0,26% em julho. Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 5,23%.
A surpresa ficou por conta do grupo de alimentação e bebidas, que obteve um recuo de 0,26% no período, resultando em um impacto negativo de 0,06% no índice cheio do mês. Já a alta nos preços da energia elétrica fizeram com que o grupo Habitação tivesse um avanço de 0,91%, gerando um impacto de 0,12 p.p no IPCA. O café e proteínas, dois dos itens afetados pelo tarifaço de Trump, mostraram tendências de queda.
No ano, a energia elétrica residencial acumula uma alta de 10,18%, que faz com que o item seja a principal pressão individual na inflação acumulada no ano, com um impacto de 0,39 p.p.
O número abaixo da projeção reforça a expectativa do mercado de que o IPCA de 2025 deve ficar abaixo do inicialmente esperado no início do ano, mas ainda assim acima do teto da meta do Banco Central. A pesquisa Focus tem mostrado uma queda nas projeções de inflação nas últimas 11 semanas consecutivas.
Dentro do grupo de alimentos, o café, um dos principais vilões de alta dentro do grupo ao longo do último ano, caiu 1,01% no período. Essa é a primeira queda em mais de um ano e meio. Ainda assim, o acumulado de 2025 aponta para uma alta de 41,46%. Para Argenta, a deflação vista também sobre as proteínas ocorre mesmo sem os efeitos da política tarifária dos EUA.