A 30ª edição da Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação –, que terminou na sexta-feira (2), em Ribeirão Preto (SP), fechou sua programação com um fluxo de 197 mil visitantes e um volume estimado de R$ 14,6 bilhões em intenções de venda exclusivamente de máquinas agrícolas e implementos. O número representa um crescimento de 7% em relação à edição de 2024, segundo levantamento da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas, responsável pela apuração dos dados.
“É importante destacar que falamos de intenções de venda. O que se concretizará dependerá diretamente das condições do novo Plano Safra, que será anunciado em junho e vigora a partir de 1º de julho”, afirmou João Carlos Marchesan, presidente da Agrishow. “Há mercado, há tecnologia, há demanda. O que falta agora é o financiamento para transformar intenção em venda.”
As negociações efetivas, segundo ele, estão condicionadas ao volume de recursos e às taxas de juros que serão estipuladas pelo governo e as discussões sobre crédito dominaram os bastidores da Agrishow. “Se o plano não for compatível com a realidade do produtor, parte significativa desses negócios pode não se confirmar”, disse ele. Os valores divulgados não incluem caminhões, aviões, drones ou outros segmentos. “Somos uma feira de máquinas agrícolas. Essa é a vocação do evento”, afirmou. Os fabricantes têm até 270 dias para entregar os equipamentos vendidos na feira, o que reforça a dependência do calendário do plano Safra. “A maior parte das entregas será feita após julho. Por isso, a expectativa em torno do novo plano é tão significativa.”
Tendências de mercado
Os expositores com portfólios voltados à produção de café, cana-de-açúcar e citros registraram desempenho acima da média, segundo Marchesan. “Essas culturas têm preços atrativos e puxaram as vendas nesta edição. Em café, talvez tenhamos alcançado o melhor resultado dos últimos anos”, avaliou.
Além do volume financeiro, a feira também foi palco de lançamentos tecnológicos com foco em agricultura de precisão, automação e inteligência artificial. Entre os destaques, estão sistemas de pulverização seletiva baseados em câmeras e algoritmos que permitem reduzir o uso de defensivos em até 60%. “Essas inovações já estão embarcadas nas máquinas expostas. E são esses avanços que impulsionam o produtor a buscar modernização”, explicou.