A expansão da área plantada de soja no Brasil na safra 2025/26 deve ser “limitada”, com crescimento estimado em “apenas” 1,5% em relação à temporada anterior, em meio a custos de produção mais altos, apontou nesta quarta-feira o Rabobank em relatório.
“O estreitamento das margens, as elevadas taxas de juros e as incertezas geopolíticas têm reduzido o apetite por novos investimentos e limitado o potencial de expansão da cultura no país”, explicou o Rabobank.
Além disso, produtores estão vendo um custo mais elevado de fertilizantes, o insumo que mais pesa no bolso dos agricultores.
A projeção de aumento de área com soja no Brasil, que indica um patamar bem abaixo da média histórica de 3,5%, segundo o Rabobank, foi feita em momento em que os produtores começam as movimentações para o plantio da próxima safra no maior produtor e exportador global da oleaginosa.
A partir de 1º de setembro, produtores do Paraná já podem iniciar o plantio da soja, seguidos por Mato Grosso no dia 7, após o fim do vazio sanitário que impede lavouras de soja durante um período visando evitar a propagação do fungo da ferrugem asiática.
Apesar dos juros e preços mais altos dos fertilizantes, o Brasil tem contado com uma demanda firme da China, maior importador, diante da guerra comercial com os Estados Unidos, rival do Brasil na exportação da oleaginosa.
A “persistência da guerra tarifária entre Estados Unidos e China — combinada à ausência de compras chinesas da soja estadunidense — tem mantido a demanda aquecida pelo produto brasileiro, ao menos até meados de outubro de 2025”, afirmou o banco holandês.
A produção de soja brasileira em 2024/25 somou 169,7 milhões de toneladas, segundo a estatal Conab, alta de 14,8% superior à safra de 2023/24.

