A Cargill espera maiores volumes comercializados de grãos e outros produtos do Brasil em 2025, após uma queda em 2024.
A expectativa deve-se a colheita de soja do país, que já bateu recorde este ano e o clima “perfeito” para a segunda safra de milho, afirmou o presidente no país da multinacional do agronegócio, Paulo Sousa.
Na divulgação dos resultados da unidade brasileira em 2024, que marcou um ano de prejuízo líquido contábil de R$ 1,7 bilhão para a Cargill no país, Sousa disse ter expectativas de resultados melhores em 2025.
A projeção é que o volume total originado, processado e comercializado possa igualar ou superar a marca de 51 milhões de toneladas de 2023, ante 45 milhões de 2024.
“É bem possível (igualar ou superar 51 milhões de toneladas).”
“A base de execução dos nossos volumes agora no mês de março para o mês de abril está sendo bem boa”, disse ele, destacando que o clima está favorável para o milho segunda safra, o que garantiria volumes firmes na exportação do segundo semestre, quando os embarques de soja já perdem um pouco de ritmo.
“Está chovendo no Mato Grosso, chovendo em Goiás, oeste baiano. Tem um cenário muito positivo para a safrinha (segunda safra), então isso gera expectativa de safrinha cheia, que aí sim vai permitir rodar o segundo semestre ‘full’, cheio”, destacou.
Em 2023, a empresa teve um lucro recorde de R$ 2,5 bilhões no país.
A confiança de Sousa vem também dos investimentos que trazem solidez para a companhia no Brasil, que incluem terminais portuários e o fortalecimento das atividades em biocombustíveis, como biodiesel e etanol, de cana e milho.
Apostando na potência agrícola brasileira e para ampliar a sua capacidade de escoamento, a Cargill também deverá estar presente em leilão de terminais portuários na próxima quarta-feira, na bolsa B3, que deve licitar ativos em Paranaguá (PR) e Porto Alegre (RS).
“Vamos estar presentes lá (na B3) e esperamos ser competitivos”, disse Sousa, sem detalhar os planos.