A Justiça Militar inicia nesta tarde de quinta-feira (23) o julgamento da tenente Izadora Ledur, acusada de torturar até a morte o soldado do Corpo de Bombeiros, Rodrigo Claro, durante treinamento de salvamento aquático na Lagoa Trevisan, em 2016.
Cinco anos após a morte de Rodrigo, o julgamento teve inicio nessa tarde. Não há previsão de encerramento.
O conselho é presidido pelo juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal Especializada de Justiça de Militar de Cuiabá, e composto pelo tenente-coronel Neurivaldo Antônio de Souza e os majores Paulo César Vieira de Melo Júnior, Ludmila de Souza Eickhoff e Edison Carvalho.
A defesa de Ledur, feita pelo advogado Huendel Rolim, apresentou requerimento para que ela fosse dispensada. O pedido foi aceito pelo conselho.
Em seguida, o promotor de Justiça Paulo Henrique Amaral Motta iniciou a acusação. Durante sua sustentação oral, que pode durar até três horas, ele apresentou falas de testemunhas, apontando que a tenente sabia que ele tinha dificuldade na água e que provavelmente queria “pegá-lo”.
O Ministério Público pede a condenação da tenente pelo crime de tortura.
Por sua vez, a defesa de Ledur quer a absolvição. “não se verifica dos autos a caracterização da conduta delitiva, tampouco o nexo casual entre os treinamentos e a causa mortis do aluno-soldado”, defendem.
O caso
Rodrigo Claro morreu em 15 de novembro de 2016, 5 dias após ser internado em hospital particular de Cuiabá.
Ele participava de treinamento de salvamento aquático na Lagoa Trevisan, curso do qual a oficial era instrutora. Conhecida por sua conduta enérgica e até agressiva, a tenente teria perseguido o soldado, sabendo da dificuldade que ele apresentava durante o treinamento.
No curso, o jovem passou mal após sofrer vários “caldos” e foi impedido pela tenente de deixar a aula, mesmo relatando o mal estar. Já sem forças para continuar, ele saiu do treinamento e foi buscar socorro médico.
Da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Verdão, ele foi encaminhado para o Hospital Jardim Cuiabá, onde faleceu.