Com martelo batido nos percentuais de reposição, o governo de Mato Grosso pode ter dado palanque para sindicatos da administração pública.
Os repasses constitucionais do judiciário e legislativo tiveram percentual reajustado em 8,35% enquanto a reposição aos funcionários públicos estaduais se estabeleceu em 6,05%.
Os sindicatos, dentro de seu papel, devem mobilizar as categorias para que o orçamento do próximo ano tenha valores maiores de reposição, usando justamente o valor concedido aos poderes como parâmetro.
Acontece que, depois da mobilização, se ela acontecer, o primeiro apoio para as reivindicações será pedido aos parlamentares que aprovarão o próximo orçamento estadual, e claro devem levar em conta, como sempre, o número de servidores. Hoje o número ultrapassa 110 mil.
Como cada parlamentar se comportará? Que resposta dará ao funcionalismo? Afinal o poder legislativo receberá os 8,35%, e o orçamento já foi previamente discutido sendo consenso sua aprovação. Claro que isso pode mudar.
No início do governo Mauro Mendes a Secretaria de Educação fez longa greve pedindo justamente a famosa RGA. Naquele momento a Lei de Responsabilidade Fiscal segurou o tranco, pois a arrecadação não permitia conceder o exigido. Posteriormente por conta da pandemia foi editada Lei de Socorro aos Estados onde se proibia quem aderisse conceder aumento salarial aos funcionários públicos. Essa lei deixa de vigorar em 31 de dezembro desse ano e a situação financeira do estado apresenta saúde de ouro, tanto que também para 2022 o governo do estado abre mão de receita diminuindo impostos.
Já há algum tempo os sindicatos buscam uma rachadura na armadura de Mauro Mendes, pois as greves vão além da busca por melhoria salarial, o aspecto politico dos movimentos reivindicatórios significa muito mais que a derrota ou vitória das pautas, ainda mais em ano eleitoral.