Longas retas, asfalto em boas condições de conservação, fluxo de veículos baixo aos finais de semana.

Essas características levaram a MT 251 a ser a preferida por motociclistas proprietários de motos de alta cilindrada.

Recentemente um empresário perdeu a vida em um acidente automobilístico no referido local, vindo a colidir sua Suzuki de alta cilindrada contra outro veiculo. A distância entre esse material e o trágico resultado não é por acaso, o alvo não é a última vitima.

Para quem não sabe exatamente o que ocorre nesta pista e vendo o numero de acidentes fatais, as notícias levam a imaginar que o local é perigoso. Não é. As pessoas que usam esta rodovia, principalmente os referidos motociclistas são. São perigosos para si e para os estiverem no mesmo local.

O fato de usarem a rodovia como pista de corrida é tão corriqueiro que um integrante do grupo relaxou e postou, com narração, em sua pagina na internet rachas de motos a 300 km por hora.

O vídeo ganhou repercussão, talvez por ser logo após um acidente fatal, e o autor retirou a publicação.

Pelo tempo que o fato ocorre não acredito ser possível que as autoridades de trânsito desconhecessem a prática, mas depois que a ação foi escancarada pela gravação, resolveram agir. Na última sexta feira a

Policia Militar fez barreiras de fiscalização e conseguiu autuar pela prática de racha e excesso de velocidade, exatamente, ninguém.

Falta de habilitação, escapamento fora de padrão, licenciamento vencido e outras infrações, é o que se registrou. Acredito que o resultado era esperado e a intenção era só mostrar algum serviço à sociedade e suspender temporariamente a prática do crime de racha no local.

Sim a prática de racha é crime previsto no Código Nacional de Trânsito com pena de seis meses a três anos de detenção com multa e suspenção da habilitação ou proibição de permissão para dirigir.

Quando digo que não vejo intenção de punir ninguém desse círculo de infratores pelos atos cometidos, é o tratamento diferente dado a provas de ilícitos expostos na internet. Não raro se vê a responsabilização de quem maltratou um animal ou exibiu uma arma em algum vídeo.

Nesse caso não buscaram, e nem irão, identificar os envolvidos e lhe aplicar o reservado em lei.

E assim continuaremos ver mortos, feridos e ajudar a bancar, em algumas vezes, helicópteros para resgatar vitimas de sua própria irresponsabilidade.

Agora, não vá você, proprietário de uma Titan 150 achar que isso vale para todos.

*Texto escrito pelo jornalista e cientista político Paulo Sá